Dr. Lorim e o desejo de trabalhar por
 Missão Velha

Natural de Missão Velha e com berço de uma família tradicionalmente política, o médico anestesista e vice prefeito, Dr. Lorim (PDT), se prepara para disputar a eleição municipal deste ano. Conversou  falou sobre suas visões acerca da cidade, do atual momento político e algumas ideias para Missão Velha. 

O senhor é o vice-prefeito de Missão Velha, mas rompeu com o atual prefeito. Por que se deu esse rompimento?
Eu e o atual gestor fomos eleitos por um movimento a favor de uma nova política, de uma mudança radical na maneira de governar Missão Velha. As pessoas que nos elegeram acreditavam nessa bandeira. Logo que assumimos, o prefeito trilhou um caminho com a velha política, adotando uma postura centralizadora, autoritária e com um grupo que já havia participado em outras gestões e que não tinha mostrado que queriam fazer algo de novo para Missão Velha. Resolvi, com muito orgulho, romper com a gestão e trilhar caminhos em que o desejo de mudar ainda fosse minha bandeira principal.

Como você avalia as medias de combate ao coronavírus tomadas pelo atual prefeito de Missão Velha?
Eu como vice-prefeito, em um momento de tamanha vulnerabilidade social, econômica e de saúde, me senti na obrigação de estar junto das pessoas. A forma que encontrei, já que não tenho o poder da execução, foi analisar os problemas e realizar sugestões e cobranças junto a gestão. Sinto-me extremamente útil, pois muitas ações realizadas pela atual gestão partiram dessas minhas ideias. Quanto as últimas medidas, acho pertinentes, porém necessitou haver um crescimento alarmante dos números de casos de covid-19 para a gestão acordar e pensar em medidas para conter a disseminação. Nesse momento a disseminação do vírus já adotava características comunitárias. Mesmo com esse atraso torço para que não tenhamos casos graves e óbitos entre nossos munícipes.

Quais são s medidas de combate ao coronavírus que você acredita que devem ser tomadas?
Acredito no isolamento social quando possível, na criação e funcionabilidade de uma unidade sentinela, na criação de barreiras sanitárias, na distribuição da merenda escolar e material didático à população, na criação do fluxo de referência e contra referência dentro do SUS, na testagem ampla  principalmente em pacientes sintomáticos e com fator de risco e em profissionais da área de saúde, na assistência à população de forma remota nas pastas da assistência social, saúde e educação . Um ponto que tem que ser discutido urgente é a adoção de atividades alternativas curriculares para os alunos da rede pública municipal evitando assim, que os mesmos prejudiquem-se em seu ano letivo. Essa discussão tem que ser pautada, visto que a pasta da educação no município encontra-se em silêncio sepulcral.

Você é a favor que as pessoas voltem ao trabalho agora? O que pensa sobre isso?
A volta ao trabalho e o fim do isolamento social deve ser realizada de uma forma responsável e aos poucos. Esse retorno a nova realidade deve ser baseada em indicadores, principalmente no tocante ao número de casos novos, mortalidade e ocupação da rede de saúde da nossa Região do Cariri. Tudo isso dentro de um planejamento que siga as orientações do Governo do Ceará.

Na sua opinião quais podem ser as consequências de uma sociedade que se nega a acreditar que o vírus se espalha e é mortal?
Esse vírus já mostrou seu alto índice de infectividade e letalidade. Se não acreditarmos na materialidade dos fatos corremos riscos de consequências devastadoras, como se está vivenciando em alguns locais do país.

Como médico você concorda com o novo protocolo do Ministério da Saúde que adota aplicar hidroxicloroquina  e cloroquina para quem tem a Covid-1 mesmo com a reprovação de especialistas? 
A sociedade brasileira de infectologia, defende e cita nas suas recomendações que esses medicamentos ainda não têm evidência clínica comprovadamente eficaz para o tratamento do covid-19. Porém recomenda que em casos graves e em ensaios clínicos, desde que o médico assistente e o paciente assinem um temo de responsabilidade é possível que essas medicações sejam usadas. 

Como você avalia gestão de Diego Feitosa?
É uma gestão que trilhou um caminho trivial no que se ver há anos em Missão Velha. Alguns avanços discretos, porém, dentro do que nós sonhávamos outrora, é muito pouco. Sem falar na postura ditatorial e centralizadora que marca esse mandato. Sonho e acredito em uma gestão com participação popular bastante incisivas em mudanças concretas que possam interferir positivamente na vida das pessoas durante os 4 anos de gestão. Não acredito naquele governo que deixa para o último ano para tentar reverter a inércia dos anos anteriores, buscando apenas o sucesso eleitoreiro. Isso não mais funciona e não é efetivo, tanto que não vemos reeleição em Missão Velha nas últimas eleições e acredito que agora não será diferente.

Qual sua avaliação do governo Camilo?
Camilo Santana é um governo extremamente bem avaliado. Uma gestão que preza pela responsabilidade e transparência, sem falar que vem conduzindo de uma forma positiva a crise do novo coronavírus.

Qual sua avaliação do governo Bolsonaro?
um governo que foi eleito em cima de uma de uma nova política. Até o momento, encontra-se com dificuldades para alinhar-se com essa bandeira. O seu desencontro acaba afetando todos nós, inclusive em momento de crise como estamos vivendo. Caso se reencontre com um norte de governo, os brasileiros seriam os únicos beneficiados.

Quais os partidos e lideranças você discute para montar seu palanque nas eleições de 2020?
Por conta da antecipação das definições, provocada pela mudança na legislação, que extinguiu as coligações proporcionais, já houve um amplo processo de diálogo interno que resultou na filiação ao PDT e na formação de uma chapa forte de pré-candidatos a vereador, mas ainda existe um diálogo aberto com outros partidos, para a formação da coligação majoritária, e todos que estiverem de acordo com o programa de governo que está sendo construído e alinhados com os propósitos e práticas que serão implantados na nova administração serão muito bem vindos.

Você concorda com o adiamento das eleições municipais para o final deste ano?
Se os dados epidemiológicos da pandemia exigir essa mudança eu serei de acordo, pois evitará danos à população e quem sabe até uma segunda onda de infecção.

Qual sua mensagem ao povo de Missão Velha?
Meu sonho de fazer algo diferente ainda soa com bastante intensidade quando ponho minha cabeça ao travesseiro. Quero ser um prefeito, que as pessoas sintam na pele, no dia-a-dia, que suas vidas estão diferentes. Jamais me conformarei com a política da mesmice e inércia administrativa.

* Entrevista concedida ao Jornal Leia Sempre

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