Em Crato vereadores aprovam proibição da "disciplina" Ideologia de Gênero nas escolas



A Câmara dos Vereadores do município do Crato aprovou, em sessão realizada nessa segunda-feira, 23, a proibição da disciplina da Ideologia de Gênero nas redes municipal e privada do município. 

Numa sessão bastante conturbada, a emenda à Lei Orgânica, de autoria do vereador Roberto Anastácio, foi aprovada por oito parlamentares, outros cinco foram contra a medida e um se absteve. 


Os contrários à medida justificam que não há na grade curricular uma disciplina com esta nominação, e que a discussão em sala não sugere orientar a sexualidade das pessoas nem extinguir o masculino e o feminino, mas trata das diversidades de identidades dispostas para além da questão homem e mulher. Participaram da sessão, grupos contrários e a favor do texto do parlamentar, movimentos sociais, alunos, professores e sociedade civil. 


A professora da Universidade Regional do Cariri e integrante de movimentos sociais, Zuleide Queiroz ressalta que o próximo passo será o pedido de inconstitucionalidade da votação, que exige que o prefeito não aprove essa legislação. “Sou professora e estamos na escola para que as coisas aconteçam com direito a voz, com direito a voto direito. Essa é uma política de exclusão, não queremos falar em sexo, nós estamos lutando por uma escola que tenha o direito de falar sobre o direito de ser homem, de ser mulher, o direito de viver”, justifica.

Autor da proposta que prevê a vedação à ideologia de gênero em escolas da rede pública municipal, o vereador Roberto Anastácio, do Podemos, ressalta que esse é um projeto que garante a inocência das crianças e a participação da família na sala de aula juntamente com os professores. “Podem ter certeza que esse projeto mantem a integridade das nossas crianças e das famílias”, comenta o edil. 

No Brasil, o debate sobre a “ideologia de gênero” se intensificou com a estruturação do Plano Nacional de Educação (PNE), em 2014. Neste caso, a proposta do Ministério da Educação (MEC) era incluir temas relacionados com a identidade de gênero e sexualidade nos planos de educação de todo o país.

Os críticos à “ideologia de gênero” acusam esta de servir para doutrinação das crianças, desconstruindo os tradicionais conceitos de família, principalmente aqueles que estão baseados em preceitos religiosos.

No entanto, os defensores da chamada “ideologia de gênero” alegam que o projeto visa reforçar a necessidade para que seja discutida identidade de gênero nas escolas, ajudando a diminuir o preconceito e promover uma futura sociedade com igualdade entre as pessoas.

Veja como votaram os vereadores:

A favor da proposta os vereadores: Francisco Gilson Alves Lima (PT do B); Roberto Anastácio (Podemos); Francisco Félix da Silva (PCS); Nando Bezerra (PTB); Jales Velloso (PSB); Antônio Adil Amorim (PSC); Vicência Leandro Pinheiro (PMN).

Contra a emenda se posicionaram os vereadores: Raimundo Amadeu de Freitas (PT); Renan de Almeida (PEN); Pedro Neto Lobo (PT); Raimundo Soares da Silva (PV); Ticiane Cândido (PSDB); Francisco Xenofonte Morais (PPL). O vereador Pedro Alagoano (PSD) se absteve e a ausência foi do vereador Thiago Esmeraldo (PP).

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog